Já não consigo imaginar um dia sem greves do Metro ou da CP. A questão já não é “hoje há greve?”, mas sim “hoje não há grave?”. Sim, porque eu e mais uns milhares vamos achar estranhíssimo caso haja, num futuro próximo, um dia em que não haja registo de qualquer protesto desta natureza. É caso para dizer: já cheira mal!
Há uns dias, quando comprei um bilhete para um comboio de longo curso, reparei que o funcionário da bilheteira lá escreveu: greve. Apressei-me a perguntar: então mas há greve outra vez? Ao que o excelentíssimo senhor me respondeu: sim, temos de lutar pelos nossos direitos. Então, isto significa que os direitos destes por quem nutro uma simpatia cada vez mais vincada são mais importantes do que os das milhares de pessoas que ficam a pé todas as manhãs e que, por consequência, chegam atrasadas ao trabalho.
Ria-me imenso se todos os lesados por estas greves se lembrassem de pedir às empresas um reembolso. Ai elas iam à falência de vez e os senhores maquinistas e companhia eram presenteados com as férias que tanto parecem desejar. Como dizia o outro: vão mas é trabalhar!
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